Bem-estar de forma prática para você estar mais bem consigo.

As 7 características da mente funcionando nos modos Atuante e Existente

Você já é capaz de ativar o modo Existente da mente na sua vida?

Na conversa O que relmente está “sequestrando” o seu estado de equilíbrio interno e bem-estar no dia a dia?, compartilhei com você que no modo Atuante a nossa mente produz pensamentos, julgamentos, planeja, acessa memórias para encontrar soluções para os nossos problemas no presente. E mencionei uma forma alternativa, mais sábia e gratificante da nossa mente se relacionar com a vida: o modo Existente.

Quando a mente está no modo Existente prestamos atenção no momento presente sem julgamentos. Não estamos pensando, estamos vivendo o presente através dos nossos sentidos: visão, audição, tato, olfato, paladar… No modo Existente nós estamos de fato experimentando o mundo em vez de envolvidos com o nosso fluxo mental.

Isso ocorre porque enquanto a mente funcionando no modo Atuante:

1) nos coloca no piloto automático

2) analisa

3) luta

4) vê os pensamentos como reais

5) nos desconecta de emoções e sentimentos

6) viaja no tempo mental

7) nos envolve apenas em atividades exaustivas

A mente no modo Existente:

1) nos permite fazer escolhas conscientes

2) vivencia o mundo através dos sentidos em vez de analisar

3) aceita a realidade como é

4) trata os pensamentos como eventos mentais

5) acolhe emoções e sentimentos

6) permanece no momento presente

7) e inclui atividades revigorantes na nossa vida

Muitas pessoas passam a vida inteira em um estado de inconsciência funcionando apenas no modo Atuante. Vivem ausentes, ansiosas, preocupadas, estressadas, exaustas…

Para ativar o modo Existente da mente no dia a dia, precisamos frequentar a “academia” da mente ao fazer práticas de atenção plena formais e informais.

Antes de nos aprofundarmos na prática da atenção plena, vou apresentar para você o detalhamento dessas 7 características da mente funcionando no modo Atuante e Existente, descritas por Williams e Penman (2015):

1. Piloto automático x Escolha consciente

O modo Atuante é muito eficiente em automatizar nossa vida por meio dos hábitos, mas esta é uma das características que menos percebemos. Sem a capacidade da mente de aprender com a repetição, ainda estaríamos tentando lembrar como amarrar o sapato – algo que hoje fazemos automaticamente.

O lado ruim disso é que, quando cedemos demais ao piloto automático, podemos acabar pensando, trabalhando, comendo, caminhando ou dirigindo sem uma consciência clara do que estamos fazendo. O maior perigo é que grande parte da nossa vida passe assim, sem que de fato estejamos vivendo.

A atenção plena nos traz de volta à consciência: um local de escolha e intenção.

O modo Existente – ou “atento” – nos permite voltar a ter total consciência de nossa vida. Proporciona a capacidade de nos conectarmos com nós mesmos de tempos em tempos para que possamos fazer escolhas intencionais.

A meditação da atenção plena nos leva a gastar menos tempo para realizar as coisas. É simples: quando se torna mais atento, suas intenções e ações ficam alinhadas, e você deixa de ser desviado toda hora do rumo pelo piloto automático. Aprende a parar de perder tempo à toa com sua velha maneira de pensar e agir, que se provou inútil. Além disso, diminui sua tendência a lutar demais por objetivos dos quais é melhor abrir mão. Você se torna plenamente vivo e consciente de novo.

2. Analisar x Sentir

O modo Atuante precisa pensar. Ele analisa, planeja e compara. Esse é o papel, e quase todo mundo se acha bom nisso. Passamos grande parte do tempo perdidos, desligados, sem notar o que se passa a nossa volta.

A correria do mundo nos absorve de tal forma que destrói nossa percepção do agora, forçando-nos a viver mais no mundo dos nossos pensamentos podem facilmente ser desviados para uma direção perigosa. Isso nem sempre ocorre, mas é um risco constante.

A atenção plena é uma forma diferente de experimentar o mundo. Não é como pegar um caminho novo; estar plenamente atento é entrar em contato com seus sentidos, de modo que possa ver, ouvir, tocar, cheirar e degustar as coisas que você já conhece como se fosse a primeira vez. Você se torna curioso de novo. Esse contato sensorial direto com o mundo pode parecer trivial de início.

No entanto, quando você começa a sentir os momentos da vida comum, descobre algo fora do comum. Você cultiva uma sensação intuitiva do que está ocorrendo a sua volta, o que aumenta sua capacidade de observar as pessoas e a vida de uma nova maneira. Eis a essência da atenção plena: acordar para o que está acontecendo no mundo e dentro de você, momento a momento.

3. Lutar x Aceitar

O modo Atuante envolve julgar e comparar o mundo “real” com o mundo que idealizamos em nossos sonhos e pensamentos. Ele foca a atenção na diferença entre os dois, o que acaba gerando uma insatisfação permanente.

O modo Existente, por outro lado, nos convida a suspender o julgamento temporariamente. Significa ficar de lado por um momento e observar o mundo e a vida se desenrolando, permitindo que as coisas sejam como são. Ao analisar um problema ou uma situação sem preconceitos, não somos mais forçados a chegar a uma conclusão preconcebida. Desse modo, não precisamos reduzir a nossa criatividade.

Aceitação não é o mesmo que resignação. Aceitar é reconhecer que a experiência existe e, em vez de julgá-la, criticá-la ou negá-la. A aceitação promovida pela atenção plena permite que você impeça que uma espiral negativa comece, ou, se já começou, reduza o seu ímpeto. Ela nos concede a liberdade de escolher e, no processo, nos liberta da infelicidade, do medo, da ansiedade e da exaustão. Com isso, adquirimos um controle maior sobre a nossa vida. O mais importante é que nos permite lidar com os problemas de forma mais eficaz possível e no momento mais apropriado.

4. Ver os pensamentos como reais x Tratá-los como eventos mentais

No modo Atuante, a mente usa as próprias criações, pensamentos e imagens como matéria-prima. As ideias são a sua moeda e adquirem valor próprio. Você pode começar a confundi-las com a realidade. Na maioria das vezes, isso faz sentido. Se você saiu para visitar um amigo, precisa ter em mente seu destino. A mente planejadora, ativa, racional levará você até lá. Não faz sentido duvidar da verdade de seu pensamento: Vou mesmo visitar meu amigo? Em tais situações, é necessário considerar seus pensamentos como verdadeiros.

Mas isso se torna um problema quando você está estressado. Você poderia dizer a si mesmo: Vou enlouquecer se isso continuar. Eu deveria fazer melhor do que isso. Você pode considerar esses pensamentos verdadeiros também. Seu astral despenca quando sua mente reage de forma rude: Sou fraco, não presto, não sirvo para nada. Assim, você se esforça cada vez mais, ignorando as mensagens de seu corpo castigado e o conselho de seus amigos. Os pensamentos deixaram de ser seus servos e se tornaram seu senhor – um senhor rígido e implacável.

A atenção plena nos ensina que pensamentos não passam de pensamentos. São eventos criados pela mente. Costumam ser valiosos, mas não são “você” ou a “realidade”. São uma narração interna sobre você e seu mundo. A simples compreensão desse fato o liberta do excesso de preocupação, elucubração e ruminação, o que lhe permite enxergar um caminho claro pela vida de novo.

5. Evitar x Aproximar-se

O modo Atuante resolve problemas não apenas mantendo na lembrança seus objetivos e destinos, mas também lembrando “antiobjetivos” e lugares aonde você não quer ir. Isso faz sentido quando, por exemplo, você vai de carro do ponto A ao ponto B, porque convém saber quais partes da cidade você deve evitar.

No entanto, esse processo se torna um problema quando se trata de estados mentais dos quais você gostaria de fugir. Por exemplo, se tentar resolver o problema do cansaço e do estresse, você manterá na mente os “lugares que não deseja visitar”, como a exaustão, o esgotamento e o colapso.

Então, além de se sentir cansado e estressado, você começará a invocar novos medos, aumentando sua ansiedade e gerando ainda mais estresse. O modo atuante, usado no contexto errado, conduz você passo a passo ao esgotamento e à exaustão.

O modo Existente, por outro lado, convida você a se “aproximar” das coisas que sente vontade de evitar. Instiga-o a se interessar por seus estados mentais mais difíceis. A atenção plena não diz “não se preocupe” ou “não fique triste”: ela reconhece o medo, a tristeza, a fadiga e a exaustão e o encoraja a se voltar para aquelas emoções que ameaçam engolí-lo. Essa abordagem compassiva dissipa pouco a pouco o poder dos sentimentos negativos.

6. Viagem no tempo mental x Permanecer no momento presente

Sua memória e sua capacidade de planejar o futuro são cruciais para o bom andamento da vida diária, mas elas sofrem distorções por causa de seu estado de espírito. Quando você está sob estresse, tende a se lembrar das coisas boas, prazerosas. Algo semelhante ocorre quando você pensa no futuro: quando se sente infeliz, acha quase impossível olhar para frente com otimismo.

No momento em que esses sentimentos percorrem sua mente, consciente, você deixa de perceber que não passam de memórias do passado ou de planos para o futuro. Você se perde na viagem no tempo mental.

Nós revivemos eventos passados e voltamos a sentir a dor; nós antevemos desastres futuros e sentimos seu impacto com antecedência.

A prática da atenção plena treina a mente para que você conscientemente “veja” seus pensamentos quando ocorrem, para que possa viver sua vida conforme ela se desenrola no presente.

Isso não significa que você fica aprisionado no agora. Ainda consegue se lembrar do passado e planejar o futuro, mas o modo Existente permite que você os veja como são: a memória como memória e o planejamento como planejamento.

Ter essa clareza evita que você seja escravo da viagem no tempo mental. Você consegue impedir a dor de reviver o passado e de se preocupar com o futuro.

7. Atividades exaustivas x Tarefas revigorantes

Quando você está preso no modo Atuante, não é apenas o piloto automático que o impede: você tende a se envolver em projetos pessoais e profissionais importantes, e em tarefas exaustivas como cuidar dos filhos, dos pais idosos.

Essas atividades costumam ser válidas, mas por demandarem tanto tempo é fácil concentrar-se nelas e excluir todo o resto, inclusive sua saúde e seu bem-estar.

De início você pode tentar convencer-se de que tudo isso é temporário e de que você está disposto a abrir mão dos hobbies e passatempos que nutrem sua alma. Mas desistir dessas coisas pode esgotar seus recursos internos aos poucos e levá-lo a se sentir vazio, apático e exausto.

O modo Existente restaura o equilíbrio, ajudando-o a identificar as atividades que o revigoram e aquelas que o esgotam. Ele o faz perceber que necessita de tempo para renovar sua alma e proporciona o espaço e a coragem para tal. Também o ensina a lidar com as inevitáveis tarefas do dia a dia que drenam a energia de sua vida.

Você já conhecia os modos Atuante e Existente da mente funcionar?

Em qual modo a sua mente mais tem funcionado no dia a dia?

Quer ativar o modo Existente?

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