Livros, séries e filmes que ajudam você a cultivar autoconhecimento
O processo de autoconhecimento envolve ampliar a nossa percepção e entendimento sobre a gente.
Ampliamos esse conhecimento sobre nós ao reconhecer pensamentos, crenças, valores, preferências, emoções, comportamentos, motivações, limitações, pontos fortes, etc.
Em um nível mais aprofundado de autoconhecimento, deixamos de nos identificar com esses aspectos que reconhecemos e entendemos o que está por trás deles.
Comecei a exercitar o autoconhecimento de forma mais intencional há 10 anos. Existem diversos recursos, com e sem validação científica, que auxiliam esse processo de ampliar a percepção e compreensão de si mesmo, por meio questionários e sistemas como: Big Five, DISC, MBTI, SVM (Sistema de Valor Motivacional), Virtudes e Forças de Caráter, estilos de apego (Bowlby, John; Ainsworth, Mary), esquemas emocionais, sabotadores (Chamine, Shirzad), Eneagrama, temperamentos etc.
Mas não é sobre esses recursos que quero conversar com você hoje.
A realidade é que não existe linha de chegada. Autoconhecimento ocorre ao longo de toda a vida. Eu vejo oportunidade para autoconhecimento em tudo…
Na maneira como acordo e me levanto, nas minhas refeições, nos produtos que consumo, em como lavo os cabelos, nas roupas que uso de acordo com cada fase de vida, em como pago as contas, com o que e com quem trabalho, a cada interação com os outros no cotidiano, no meu posicionamento diante de diferentes temas etc.
Tudo isso e muito mais revela algo sobre nós.
E se a gente apurar o olhar é possível praticar autoconhecimento inclusive com literatura, assistindo algum documentário e até com sitcom (aquelas séries engraçadinhas com risadas no fundo). Por isso, hoje selecionei algumas indicações de conteúdos que acredito que podem ampliar a percepção sobre si mesma.
Busquei fazer a “diferentona”.
Indico livros, filmes e séries que nem sempre (ou nunca) figuram na lista de referências sobre autoconhecimento.
Assim, a gente já começa a expandir o olhar.
Bora conferir?!
Cosmos: Uma Odisseia do Espaço-Tempo, Ann Druyan e Steven Soter
A série é mais uma queridíssima minha. Mas afinal, o que não é nesta lista?
Uma Odisseia do Espaço-Tempo é a versão atualizada da série Cosmos original veiculada na década de 1980, e apresentada por Carl Sagan. A série é um marco no que diz respeito a conteúdo de divulgação científica para a massa, vulgo nós.
Conheci Carl Sagan na adolescência devido meu interesse por astronomia. Li boa parte dos seus livros e me apaixonei por sua didática em Cosmos. Sim, queremos mais “Sagans” no mundo.
Mas o que Cosmos (versão original e atual) tem a ver com autoconhecimento?
Cosmos fala sobre a vida. Provoca as questões existenciais mais profundas da humanidade. Coloca-nos em contato e confronta-nos com nossas origens, contextualiza a gente como parte de um todo.
É poético, é reflexivo, é autoconhecimento, é ciência! Apenas assista Cosmos (1980) e Cosmos: Uma Odisseia do Espaço-Tempo (2014).
Cem anos de solidão, Gabriel García Márquez
Isso mesmo, você não leu errado. O livro ficou na minha prateleira de leituras atuais no Goodreads durante um bom tempo. Li em 2017, bem devagar, refletindo sobre cada trecho. E embora Cem anos de solidão não esteja na prateleira de livros de autoconhecimento, com certeza me conectou mais comigo.
O livro narra a trajetória das gerações da família durante cem anos. Gabriel García Márquez faz questão de reforçar por meio da repetição dos nomes das duas primeiras gerações nas seguintes, o quanto temos uns dos outros. Acredito que é impossível alguém acompanhar a história dos Buendía e não refletir sobre a própria árvore genealógica.
Somos resultado de uma sucessão de encontros e existências antes de nós e carregamos muito daqueles que hoje são considerados os nossos antepassados.
Qual a sua origem?
Quem fez parte da sua história?
Quem tornou possível você chegar até aqui?
Se em Cosmos refletimos sobre a origem da humanidade. Aqui, convido você a refletir sobre a sua origem enquanto indivíduo.
Lost, Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof
De forma sucinta, Lost conta a história de um grupo de sobreviventes de um acidente aéreo, que ficam perdidos em uma ilha.
Não sou fã de Lost, mas criei um vínculo especial com a série, que para mim não tem nada a ver com desastre aéreo, mistérios de uma ilha e cenas de ação. Ok, vemos tudo isso também.
Mas para mim Lost é uma série sobre autoconhecimento e redenção, que tem como fio condutor a jornada dos personagens e os mistérios da ilha como pano de fundo. Os personagens não estão perdidos apenas na ilha. Talvez a principal função da ilha seja simbolizar como eles estão perdidos em si mesmos.
Ao longo da narrativa, cada personagem expande o conhecimento sobre si, reencontra e faz as pazes consigo mesmo e com a própria história, e conquista a redenção.
Em 2016, quando assisti a série, escrevi um artigo compartilhando as minhas reflexões. Quem sabe daqui a alguns meses publico o artigo novamente para dar tempo de você conferir a série.
Já assistiu Lost? Qual a sua percepção sobre a narrativa?
On Yoga: Arquitetura da paz, Heitor Dhalia
A última indicação, mas não menos importante é On Yoga.
O documentário nos ajuda a compreender o yoga além de sua prática física, ao apresentar seus aspectos filosóficos e espirituais.
Baseado no livro de mesmo nome, o documentário também narra a trajetória de recuperação de Michael O’Neill, fotógrafo que teve uma paralisia no braço após a realização de uma cirurgia. Diante do diagnóstico de que não poderia mais fotografar, Michael se aproximou da meditação e do Yoga.
O’Neill se dedicou durante uma década a capturar imagens dos mais renomados mestres de yoga ao redor do mundo. Apaixonados por fotografia terão uma experiência ainda mais feliz porque são 1h30 de imagens maravilhosas!
Vale a pena conferir, mesmo se você não pratica e nem tem a intenção de praticar Yoga. A narrativa por si só nos conduz a reflexões profundas que promovem o autoconhecimento e o despertar interior.
Desejo que o convite ao exercício do autoconhecimento de formas alternativas estimulado aqui faça sentido para você. E que a partir de agora você consiga enxergar inúmeras oportunidades para cultivar autoconhecimento ao longo da sua jornada de vida.